Nota da CBTT sobre o delegado caveira na audiência pública dos CACs

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A CBTT manifesta grande preocupação com a ocorrência de ontem envolvendo o deputado delegado Caveira e o Secretário Marivaldo do Ministério da Justiça. Entendemos que foi com grande esforço que conseguiram a presença de um representante do Ministério da Justiça na audiência pública, sendo este justamente o responsável pela elaboração do decreto. Não é justo que tenhamos nossa oportunidade de discutir juridicamente e politicamente os nossos problemas abortada abruptamente por achincalhamento do convidado, que por mais que seja desarmamentista, estava ali para discutir e ouvir. O decreto é elaborado pelo presidente da República, e o presidente não é mais Bolsonaro. Se um deputado quer mudar o cenário e cobrar respeito às leis através da pressão, convoque o Ministro ou construa e tramite com inteligência política um PDL, pois somente isso irá surtir efeito. Quebrar uma das poucas janelas de discussão para tentarmos uma melhoria com essa cena não será um trunfo para a direita. Como deve vir o decreto após essa cena justamente com o responsável pela sua elaboração? Quem terá prejuízo com essa conduta e esse desfecho, o deputado que continuará sendo deputado após 21/01/25 ou os clubes, que tem data para fechar e os atletas que serão vítimas do decreto a ser escrito? A política não se faz com xingamentos, mas se com muito jogo de cintura. Uma audiência pública não é uma delegacia, mas sim um espaço para discussão técnica. Esperamos que nossa situação não se agrave após essa cena lamentável, ao tempo que lembramos: a pressão inteligente, correta e eficiente que um deputado pode fazer é através de um bom PDL bem diligenciado e acordado, bem como as convocações que incomodam o Ministro da Justiça.

Estamos cientes ainda de que somos a caça e o governo o caçador, mas com esse tipo de fato apenas damos a chancela que querem para terminarem de nós caçar. Não se afronta dessa maneira, a não ser que o Congresso falasse uma só voz e tivesse condições de reverter tal situação, e já vimos que a maioria não está preocupada. Não se afronta dessa maneira o carcereiro da sua prisão. Deputado, você continuará sendo deputado e, posteriormente, delegado após 21/01/25. Já nós, não. Foi muito injusto conosco fazer isso, tirar o secretário do MJ da reunião e nos deixar sem sermos ouvidos por quem deveria nos ouvir. Quando o Senhor quiser xingar gente da esquerda, faça uma audiência pública sobre outro tema e desça a lenha, mas no tiro desportivo, certifique-se antes na mão de qual presidente está a caneta e se o Congresso Nacional tem uma só voz para garantir vocês conseguirão resolver o impasse.

E eu, Giovanni Roncalli, não me importo de ter essa porta fechada com o senhor, caso não bem receba essa crítica. Eu não tenho obrigação de agradar nenhum parlamentar de direita, mas tenho obrigação sim de cobrá-los para que defendam nossa pauta, pois estes deputados armamentistas nos devem lealdade e foram eleitos para servir e agradar seu público eleitor. Meu único papel nessa novela interminável é proteger nosso setor, minimizar os danos e tentarmos sobreviver até 2027 sem morrermos por inanição.

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